Pensamentos confusos

E o teu cheiro se impregnou em mim e em todo o quarto, criando uma bolha sufocante de você. Me senti atordoada e atacou minha rinite, acho que sou alérgica a você. Entretanto, lá no fundo, eu sabia que isso era só um lembrete: até o perfume mais forte, uma hora se dissipa. E eu sabia que isso também não seria permanente, assim como o sol se põe, você também se vai. A única diferença é que o amanhã pode não existir para nós.

Por mais que eu me sinta cansada e sem vontade de lutar, ainda tento manter aqui o teu perfume, mesmo que seja apenas na memória. Mas isso não me deixa animada, como disse antes, me sinto sufocada. É ambíguo querer guardar algo que me mata toda vez. 

No fim o que vai me restar é esse espaço vazio que você abriu, sem nada pra preencher. E talvez eu consiga fechá-lo para que você nunca mais retorne e o preencha com seu perfume e me sufoque outra vez.