Distimia
Há quase dois meses escrevi aqui no blog que ficaria um tempo ausente, pois estava passando por problemas e não conseguiria dar atenção. Porém, há cinco meses quase finalizados que esses problemas só aumentam e eu me pergunto todos os dias como solucionarem. Eu não encontro motivação para ir atrás das respostas, parece que quanto mais eu tento saber mais longe elas ficam e eu continuo me perdendo. Eu vi séries; não terminei séries. Eu li livros; não terminei o livro. Eu fiz amigos, mas continuo sem amigos. Hoje, por causa de uma única pessoa, não consigo confiar em ninguém. Eu achava que tinha consigo driblar a ansiedade e todos aqueles pensamentos suicidas e desmotivadores. Achava também que depois de um dia extremamente quente, a chuva viria à noite. Acreditei no "um dia após o outro". Eu queria ser mais forte, mas a ansiedade me consome por inteira e me obriga a viver do jeito que ela quer. Estou vivendo momentos de extrema depressão, a única coisa que se passa pela minha mente é um jeito de tirar minha vida sem sentir tanta dor, e é assim há meses, todos os dias, antes de ir dormir e depois de acordar. A morte não é a melhor saída, mas só ela acolhe o sofrimento e o faz passar e todos os dias eu grito e suplico para que alguém me ouça, mas minha voz se cala em meio a tanto barulho. Se passa tanta coisa na minha mente que é confuso dizer tudo na ordem certa. Nem sei se há uma ordem, tá tudo tão desorganizado. Não sei o que está acontecendo comigo. Essa monotonia, essa confusão alterada, essas noites insone... Não consigo entender, ou chegar numa conclusão. Será que é só uma crise existencial? As perguntas continuam se formando e eu continuo sem saber as respostas. Sinto que estou congelada e impenetrável. Jogo-me contra as paredes nas tentativas inúteis de escapar de mim mesma. Soco cada canto tentando abrir uma brecha onde possa haver luz e calor, mas só há vento e chuva. Sozinha sinto-me fraca, não tenho juízo pra continuar. Penso em tirar-me a vida e conceder-me o paraíso, mas ele é paradoxo e eu não sei como sobreviver aqui.
outra crise
Quando a madrugada vem e o mal estar lhe convém
A angustia impregnada no peito te detém
E a dor no estômago traz
Inquietação ao invés de paz
Tudo vêm de súbito acaso
Desmoralizando toda vez que me acalmo
Em meio a fumaça de um cigarro
De trago em trago lá se vai um maço
Ninguém entende quando eu grito
Em meio aos prantos não há ruídos
As lágrimas caem e cristalizam
Toda dor que estou sentindo
Quanto mais eu falo mais me calo
Dentro de quatro paredes, um quadro
Pintado abstratamente
Confundindo qualquer mente
Já é de manhã e eu não dormi
De olhos fechados eu nada senti
Um lençol me cobria da cabeça aos pés
Ansiedade era o que eu sentia.
Fechei os olhos pra realidade e inventei um mundo só meu, onde eu encontro paz ao silenciar minha voz.

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