Isso não é um adeus...



Sozinha no meu quarto pude perceber que a todo momento tentei preencher o vazio de forma errada, sempre acreditei que era algo ou alguém que faltava. Como uma geladeira vazia, sempre tentando colocar mais e mais coisas para aparentar estar cheia. Talvez eu tenha sido egoísta demais achando que tudo devia ser meu, quando na verdade nada disso me pertencia.
Perdi a respiração tantas vezes, encarei a morte de perto sempre que acreditava ser o meu fim. Entreguei meu coração a pessoas que não o queriam, dei a mão à quem a soltou de imediato, entrei numa rua sem saída para guiar quem não tinha aonde me levar. Tudo isso para que me sentisse completa, quando na verdade estava me desmontando aos poucos. E então a gente entende que nada disso faz sentido. Entende que o problema não é você, mas sim como acha que deve agir. Entende que se não deixar cicatrizar sozinho, a ferida nunca irá se fechar. E esse era o meu defeito, não ser suficiente para mim, mas querer ser suficiente para alguém.
Há tanto tempo que não me sinto confortável na minha própria presença, como se ao me olhar no espelho aquele reflexo fosse me julgar. Estava errada mais uma vez. Não era um julgamento para me deteriorar mais, era algo para que eu aprendesse a reverter as situações.
Todos os dias tento me curar através de pessoas que não são remédios, usando palavras rasas e fazendo escolhas equivocadas. Todos os dias encaro o amanhecer com dificuldades, pois cada passo que dou não há opção de voltar e assim me sinto mais perdida.
Essa guerra infinita que vivo comigo mesma me ensina todo dia que ou eu venço ou eu perco, que tudo depende da próxima escolha que irei fazer. Me ensina que a noite pode ser muito fria e o dia muito quente, mas que dá pra viver em harmonia.
Mas o medo de estar sempre só muitas vezes me impediu de realmente fazer o que era certo, mesmo que aquela escolha parecesse ser certa naquele momento. E eu odeio agir por impulso.
Me equivoquei de novo, pois por impulso estou agindo. Deixarei para trás tudo que tenho e buscarei o que realmente faz falta.
Vou em busca de mim, neste mundo insano, enfrentando qualquer obstáculo que eu mesma me impôr.
As feridas ainda estão abertas e todas as noites eu choro de dor, mas amanhã é um novo dia e eu chorarei de novo até ter certeza de que não me afogarei em minhas próprias lágrimas.
Isso não é um adeus, estou indo em busca de mim.
Até logo...

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