Rose


Aquela flor parecia nunca se desfazer. Houve tantos temporais, quanto houve dias de sol, nada à fazia sucumbir a deformação de suas pétalas e lutava contra o mau tempo para se manter em pé. Seu caule quase torto de tanto maus-tratos emana um tom verde tão escuro quanto a água do lago que havia ao seu redor. Suas pétalas tinha um tom vermelho sangue, que facilmente se confundia com o emaranhado de cores trazido pelo pôr do sol. Há muito, meus olhos fitavam tal flor de uma maneira irreal, ela não parecia existir ali. Minha mente estava perturbada demais com os acontecimentos recentes, minha cabeça doía a cada amanhecer e somente aquela flor me entendia. Como? Não sei dizer. Ela me ouvia e não havia súplica para que eu parasse de falar. Ela apenas se mantinha ali, o vento batendo em seu corpo com força, fazendo algumas pétalas sucumbirem à tocar o chão, mas nada lhe fazia perder a beleza. Nem mesmo meus resmungos de amores fartos e finitos, ou até mesmo a chuva que fazia a sola de meus sapatos se desgastarem. Ela parecia ser tão forte que a invejei. Quem, em sã consciência, inveja uma flor? Mas ela estava sempre ali, apesar de todo o caos que a rodeava, nada parecia te destruir. Mas existia algo em comum entre nós: a flor esbanjava beleza e calmaria, mas estava sempre só. Ela contemplava a solidão e, apesar de quase sempre se sentir sozinha, ela não se permitia mudar de vida.
Share:

Nenhum comentário:

Postar um comentário