Lamentos de um sábado solitário


Acreditei por muito tempo que era possível mudar uma pessoa e que assim o amor e a união seriam maiores e melhores, me enganei. Ninguém muda alguém, a gente só muda se quiser e quando quiser, não existe “amor da sua vida" que seja capaz disso.
Acreditei que de alguém te ama de verdade te aceita do jeito que é, mas isso veio mascarado de “só quero que você seja alguém melhor" ao invés de tudo ser suficiente e as mudanças acontecerem porque são realmente necessárias. Me sinto fraca ao perceber que a minha forma de viver não é suficiente, mas aí também me questiono: suficiente pra quem?
Será que um amor deveria valer mais do que sua própria existência? Deveria ser maior que sua sanidade mental? Deveria prejudicar sua saúde? Que amor é esse que mais fere do que cura?
É incrível o quanto acredito que as coisas podem mudar e ser diferentes, quando as minhas próprias ações não mostram isso. Não que eu não tente, pois tento todos os dias mudar aquilo que me incomoda ou que sempre esteve errado, mas parece que tudo é em vão.
Recentemente tive um pequeno retorno positivo do universo, as peças do quebra-cabeça estavam todas no lugar. Que imagem bela. Então me acomodei, estava tudo dando certo mesmo. E foi aí que tudo começou a desmoronar.
Eu sou uma pessoa muito apegada a bens materiais e sentimentos, como se fizessem parte de mim desde sempre. Pra me desapegar de algo material nunca foi muito difícil, até porque qualquer coisa pode substituir aquele vazio. Mas quando se trata de sentimentos, não há rota de fuga e eu sempre bato o carro.
Queria ter certeza que tudo que vem acontecendo é só o começo de algo extraordinário que está por vir e permanecer. Queria ter certeza de que estou me tornando a mulher certa para mim, que tudo se transforme em lembranças lá na frente.
Enquanto não saio do lugar, vou continuar bebendo toda essa dor que se acumula dentro de mim. De copo em copo vou percebendo que a qualquer momento o fim está mais próximo do que a esperança.

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