o quarto

Mais um verão chega ao fim e o que era pra ser a melhor época do ano, se tornou um pesadelo. Me forcei a permanecer acordada inúmeras noites, perambulando pelo quarto escuro sem saber o que fazer. Nessas noites insones nada fazia sentido e eu não tinha juízo para me manter sã. Mas sucumbir ao desespero era como estar num beco sem saída. Era exatamente assim que eu me sentia: impotente, incapaz, inútil e descartável.

De repente o quarto ficou quente, o oxigênio foi ficando escasso e a esperança se esvaia junto do ar que não me cabia. O silêncio se fez presente e era ensurdecedor.

Subitamente me vi perdida em meio a essa guerra particular. Meu corpo não aguentava mais ficar ali, mas este não podia ser o meu fim.

A porta estava trancada e eu não sabia como sair daqui. O medo foi tomando conta de mim e eu delirava deitada no chão sem conseguir me mexer para fugir, sucumbindo à desistência.
Fechei os olhos na tentativa de não me ver cair, e apenas sentir o quarto me engolindo por inteira.
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