Nota
A morte veio me visitar em uma quente noite de verão. Veio como alguém que não quer incomodar e se instalou em meu quarto. Conversamos sobre diversos assuntos, mas sempre, ao perguntar sobre seu mistério, ela mantinha um silêncio que arrepiava até pêlos inexistentes. Um silêncio que na verdade era um convite ao qual respondi "não, ainda não". Em nossa conversa, falamos sobre o acaso e como a vida é uma criança hiperativa que sempre escapa de nossas mãos. Falamos sobre a sua paciência em esperar que a energia acabe, isso quando não toma medidas drásticas e absolutas. Eu senti medo, e ainda sentirei, visita após visita, até a noite na qual o Sol não nascer e as sombras forem eternas. Nessa noite, o medo dará lugar a paz e felicidade. Mas hoje, o Sol ainda nasceu.
Para W, com amor.
Murillo Pocci Silva,
07/12

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