Um manicômio infinito
"Esta é a minha vida. E quero que você saiba que eu sou feliz e triste ao mesmo tempo. E ainda estou tentando entender como posso ser assim." (AVDSI)/
Estava tudo bem, o trabalho não estressava, a família não estressava, os amigos estavam presentes. Me apaixonei por alguém, e ele conseguiu melhorar a minha vida de um jeito que nem eu mesma acreditei. Até os astros estavam conspirando ao meu favor. Mas, como diz o ditado: tudo que é bom dura pouco, e assim se fez.
Eu achava que tinha consigo driblar a ansiedade e todos aqueles pensamentos suicidas e desmotivadores. Achava também que depois de um dia extremamente quente, a chuva viria à noite. Acreditei no "dia após o outro".
Me dediquei em ser alguém melhor, busquei ser feliz e realizada, mas é difícil atingir todos os picos da pirâmide de Maslow sem escorregar um degrau. A cada um passo pra felicidade, dois era uma queda.
Então, mesmo no chão, eu continuei tentando.
Todo dia chego em casa e não tenho com quem conversar, nunca houve alguém que me esperasse chegar pra perguntar "como foi o dia?" ou "como você está?". Vivo assim há dezenove anos e, por mais acomodada que eu esteja, nunca vou me acostumar.
Mas como diz a primeira frase desse texto, eu sou feliz e triste ao mesmo tempo, e eu odeio ser assim. Sei que devo procurar ajuda, mas quão seguro é expôr seus demônios à alguém?
Eu achava ter encontrado a luz e um canto de paz, mas a ansiedade me agarrou e me prendeu mais uma vez. Até quando tá tudo bem, sempre consigo dar um jeito de fazer tudo parecer que está dando errado, e até quando tô navegando em águas calmas eu consigo me afogar.
Eu sei que a vida não é um mar de rosas; sei que "botar" pra fora sentimentos reprimidos alivia as tensões e dores musculares; sei também que por mais independente que eu seja, não consigo me reerguer sozinha e nada do que antes me fazia bem tem seus respectivos efeitos agora.
Eu queria ser mais forte, mas a ansiedade me consome quase que por inteira me amarrando numa camisa de força, me deixando presa pra sempre no manicômio infinito da minha depressão.


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